sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A melhor das hipóteses

Como sou muito apressadinho e ansioso, já estou preparando o material que usarei na apresentação do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), da faculdade de história que estou cursando.
O tema que escolhi foi: As evidências históricas da ressurreição de Jesus Cristo. Porque escolhi esse tema? Acima de tudo porque é o assunto que me fascina desde que eu cursava teologia na faculdade Beth Shalom, aqui na minha cidade.  Segundo porque adoro uma boa polêmica, um bom debate. Terceiro, porque quero aparecer mesmo e nada melhor pra isso do que atacar no próprio território deles (pelo que eu pude perceber, uns 70% das pessoas que fazem o curso de história, pelo menos lá na UNIABC, são ateus por convicção intelectual) .
O desafio: existem quatro principais fatos históricos que requerem hipóteses. Vou argumentar que a melhor hipótese para explicar esses fatos é a ressurreição de Jesus.
A ressurreição é um milagre, um fato sobrenatural. Historiadores não tem acesso ao sobrenatural. Contudo, cientificamente falando, eu não preciso ter acesso direto a algo para que eu possa firmar uma hipótese.  Haja vista que o próprio historiador não tem acesso direto ao seu objeto de estudo que é o passado, mas trabalha com evidências que ele recolhe para formar hipóteses e então, escolher a hipótese que melhor irá se encaixar nos critérios de plausibilidade, escopo explicativo, força explicativa, menos ad hoc entre outros.  Me empenharei em mostrar que somente a hipótese da ressurreição atende a todos estes critérios.
Alguém poderá me lembrar, contudo, que eu não posso trazer isso para uma discussão histórica, porque simplesmente milagres não acontecem. Esse argumento falha por não levar em consideração que a própria ciência moderna admite que existam realidades onde não se aplicam as leis da física, logo, é um erro afirmar que um milagre (ou seja lá qual outro nome se queira dar a esses fatos) em algum canto desse vasto universo, em algum tempo remoto, não possa nunca ter acontecido.
Qual a finalidade desse trabalho? Converter as pessoas? Longe de mim! Eu mesmo não me considero uma pessoa convertida (porém, bastante convencida). Dentre todos os objetivos mesquinhos que me fizeram escolher esse tema, um dos menos mesquinhos é poder mostrar que a história pode ser aplicada em diversos assuntos e que podemos usá-la para defender diversos pontos de vista em praticamente todos os campos de conhecimento humano.
Todavia, acredito que o trabalho que irei desenvolver, irremediavelmente irá levantar questões interessantes para uma reflexão mais cuidadosa sobre os acontecimentos que se desenrolaram naquela região da Judéia do século primeiro.
Irei mantê-los a par de todo o desenvolvimento de minha pesquisa...
Saudações joviais, caro internauta!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A educação em Atenas

Por que escrever sobre a educação ateniense? Pelo mesmo motivo que eu escrevi sobre o treinamento militar espartano: é o que melhor caracteriza o povo. Enquanto os espartanos brigavam, os atenienses estudavam. Tucídides, historiador do século V A.C, já dizia que Atenas era a “Escola de toda Grécia”. Com o surgimento do Estado ateniense, surge também o cidadão da polis: o cara que participa dos destinos da cidade.
Ora, para participar dos destinos na cidade o cara tem que ser instruído. Não vá pensando, querido leitor, que eles deixavam qualquer palhaço que mal sabe escrever o nome, tomar parte disso. Por isso mesmo a educação de tornou muito importante para aquele povo.
Essa educação teve dois períodos: período heróico e período helenístico.
No período heróico a educação iniciava-se aos sete anos de idade: se a criança era menina, ia pro gineceu, uma parte da casa destinada aos serviços domésticos. (não se mirem no exemplo das mulheres de Atenas!) Se fosse menino ele saia da barra da saia da mãe e começava a sua alfabetização. Existia naquela época um escravo especial chamado pedagogo (pedos=criança agogós=aquele que conduz). Era esse escravo quem conduzia o pirralho para a palestra, onde praticava exercícios físicos.  Depois o pedagogo levava o moleque para o professor de cítara, pois a música era bastante valorizada como forma de educação.
De início a educação física era a mais prestigiada. Mas conforme o tempo foi passando, os atenienses foram vendo que de nada adiantava ter um monte de saradões desmiolados decidindo os rumos da cidade, por isso, a educação intelectual foi ganhando cada vez mais importância até suplantar a educação física.
Neste ponto ensinava-se a leitura e a escrita. Aprendiam também a calcular com o auxílio do ábaco (um tipo de calculadora da época, que usava bolinhas pra fazer as contas) Essa educação básica durava até aos 13 anos. A partir daí as crianças pobres paravam os estudos para procurar trabalho, enquanto as ricas continuavam, sendo encaminhadas ao ginásio. Inicialmente esse ginásio era o lugar para praticar a educação física, onde os garotos se apresentavam nús (balançando suas minhoquinhas durante os exercícios). Mais tarde, o ginásio passou a ser também o local para estudo de assuntos gerais, como filosofia, astronomia, matemática, entre outros.
Com o desenvolvimento da vida na polis (cidade) aumenta a importância dos sofistas: os professores que ensinavam a arte do bem falar, dado a importância dessa habilidade para saber como convencer na hora dos bate-papos políticos. Os sofistas eram duramente criticados por Sócrates e seu pupilo Platão, pois eles (os sofistas), além de cobrarem pelo que ensinavam, ainda costumavam  ensinar a arte do embromation, ou seja, falar bonito, mas não falar nada com nada, o que deixava Sócrates e Platão putos da vida.
Portanto, a educação em Atenas era essencialmente elitista, onde ao rico era ensinado as ciências e a filosofia. Os pobres tinham coisas mais importantes para fazer, como trabalhar na agricultura, ou outro ofício qualquer.
No período helenístico as Cidades-Estados gregas perdem sua autonomia. A cultura grega se funde com a cultura de outros povos. É nessa época também que surge a enciclopédia, educação geral necessária para a formação do homem culto.
Neste período várias escolas de filosofia se espalham e, da junção de algumas delas, surge a Universidade de Atenas.
Outro lugar que virou point dos nerds de Atenas foi a cidade de Alexandria, fundado na foz do rio Nilo pelo Alexandre, o Grande. Nesta cidade é que foi desenvolvida a física, a teoria geocêntrica, além de ser lá também que ficava a famosa biblioteca, que possuía manuscritos de várias culturas. Infelizmente, tudo isso foi destruído quando os árabes conquistaram a região, no pior caso de bullyng da humanidade.

No próximo texto, não faço a mínima idéia do que vou falar, mas vou pensando em algo...

Até lá, saudações!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pancration

Ontem fui à Universidade ver a nota que tirei na prova de história antiga: míseros sete. E com direito a uma tiração de sarro do Mestre Alfredo por eu ter colocado na prova que os meninos espartanos aprendiam Artes Marciais, como parte de sua educação.
Na certa, ele imaginou que eu me referia aos movimentos alá Jackie Chan, com os jovens dando pulinho e gritando “Kiaaaaaiiii”. Obviamente não foi isso que eu disse. O que eu disse, ou quis dizer, foi que os moleques aprendiam a lutar. E o faziam através de uma arte marcial grega, chamada “pancration”. Foi isso mais ou menos que tentei explicar ao mestre. Ele disse que eu devo tomar cuidado com os termos que eu uso quando for me referir à história antiga. Ele está certo. Mas não entendi muito bem quando ele explicou que o termo “arte marcial” só pode ser usado no que se refere aos orientais, aos samurais, aos ninjas, etc. Quer dizer que a luta Greco-Romana não é arte marcial? Nem a capoeira? Nem o pancration dos antigos gregos?
Bom, ele é o mestre. Não vou criar caso com isso. Afinal, fechei na matéria dele com nota oito e já está de bom tamanho, oras pois!
Mas eu sei de quem é a culpa disso: do Bruce Lee! Aquele chinesinho folgado que popularizou as artes marciais orientais por meio de seus filmes dos anos 70! Agora todo mundo pensa que “Arte Marcial” é só a oriental! Quando eu o encontrar, lá nos campos Elíseos, vou dar muita porrada naquele tampinha! E usando a arte marcial pancration, que irei aprender com o próprio Hércules!
Apesar desse pequeno probleminha, gostei muito do curso. Aprendi bastante e dei o máximo de mim pra poder ter um bom desempenho. No mais, que venha o terceiro semestre.
E tenho dito.