segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os Estados Unidos depois da guerra de secessão

A guerra entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos, motivada pelas tensões relacionadas com a escravidão, começou em 1861 e terminou em 1865, deixando a economia do Norte totalmente comprometida e a do Sul, totalmente ferrada (e se lascaram bonito mesmo)
Contudo, os Estados do Norte tiveram muito mais facilidade de se recuperarem, graças principalmente ao lucro gerado pelas ferrovias.
Durante a guerra essas ferrovias foram expandidas e utilizadas para transportar soldados, armas, comida e medicamentos. Continuaram sendo usadas depois da guerra, gerando lucros graças às pesadas taxas ferroviárias e a baixa qualidade dos serviços prestados, dando origem, mais tarde, aos grandes grupos financeiros monopolistas, como o grupo Morgam, o grupo Rockfeller e a magnatas como Cornélius Vanderbilt.
Neste período os Estados Unidos viviam uma fase de intensa revolução Industrial (muito mais radical do que aquela que aconteceu na Europa, segundo alguns historiadores) A indústria se desenvolvia grandemente, principalmente as siderúrgicas e metalúrgicas. Porém o Norte enfrentava um problema muito sério de falta de operários, pois a expansão para o oeste oferecia grande oportunidade para o crescimento na área da agricultura. Essa falta de mão de obra valorizava os salários na indústria, o que despertou a atenção de muito neguinho lá nas “Europas”.  Resultado: entre 1843 e 1876 a população dos Estados Unidos passou de 23 milhões, para 50 milhões e meio.
Com o crescimento urbano, muitas pessoas abandonaram o trampo no campo para se dedicar às indústrias. Apesar disso, a produção agrícola dos Estados unidos aumentou mais ainda, graças às máquinas que faziam sozinha o trabalho de muitos homens.
O aumento do operariado nos centros urbanos favoreceu o surgimento dos primeiros sindicatos. Em 1886, no dia primeiro de maio, iniciou-se a primeira greve dos operários, seguido, é claro, do primeiro cacete em trabalhadores grevistas da história dos Estados Unidos, onde quatro dirigentes foram condenados à forca (também conhecido como gravatinha de Tiradentes). Em memória desse fato é que em todo o dia primeiro do mês de maio, eu, você e toda a família, comemoramos o feriado do dia do trabalho, não trabalhando (J)
Já no Sul, conforme já foi relatado, a situação era deplorável: com casas destruídas, fábricas em ruínas, campos devastados e como se não bastasse, haviam perdido o monopólio do algodão. Muitos confederados abandonaram os Estados Unidos e emigraram para outros países, inclusive o Brasil (Mato Grosso e São Paulo, nas regiões de Campinas, Santa Bárbara do Oeste e Americana)
Além de toda essa crise, alguns sulistas ainda tiveram que engolir as decisões tomadas pelo norte: a décima terceira emenda deu liberdade para todos os negros, a décima quarta emenda obrigava todos os estados americanos a tratar todo mundo igual perante a lei e a décima quinta emenda deu aos negros direito a voto, transformando-os em cidadãos. A gota d’água para os racistas do sul foi quando os negros começaram a conquistar cargos de importância, o que favoreceu o surgimento de grupos racistas como a Ku Klux Klan e os menos conhecidos Knigths of White Camélia dedicados a perseguir, espancar e não raro matar negros.
Podemos observar que apesar de terem sido criadas leis para proteger os negros, não haviam dispositivos capazes de garantir o cumprimento delas, portanto, os negros ainda continuaram sendo marginalizados e perseguidos, com a criação da política de segregação racial.
Além disso, existia no sul um forte ressentimento com o Norte, principalmente com o partido republicano, de Abraão Lincoln, tanto é que o próprio, logo após o fim da guerra, foi assassinado com um tiro disparado por um sulista revoltado.
E até hoje, nota-se que o partido democrata tem uma maior expressividade no Sul dos Estados Unidos.
Com isso, vemos como que apesar de todos os efeitos danosos da guerra de secessão Americana, os Estados Unidos conseguiram se transformar em uma potência econômica e imperialista, legítima representante do capitalismo.