quarta-feira, 25 de maio de 2011

As Grandes Navegações

Foi o historiador Jacque Le Goff quem afirmou “A sociedade medieval nasceu sobre as ruínas do mundo romano (...)”
Esta sociedade que floresceu em meios os escombros de Roma, foi caracterizada pelo imobilismo, pela forte presença da Igreja Católica, dando pitaco em tudo  e pela organização social dividida entre nobres, clero e servos.(havia também os escravos, mas esses nem contavam, pois eram tratados como objetos)  O comércio era natural, ou seja, quando havia necessidade, podia-se trocar um produto em que se tinha abundancia, por outro que fosse escasso. (o famoso troca-troca J)
Muitos foram os fatores pelos quais esse tipo de sociedade foi entrando em declínio. Um dos principais foi a retomada das atividades comerciais e conseqüente ascensão dos burgueses, que com o exercício da atividade comercial tornar-se-iam poderosos e influentes, sendo que até os reis começaram a pagar um pau pra eles.
A busca por riqueza era desejável para essa nova classe em ascensão, bem como de especiarias. Por isso, era conveniente o comércio com a África, fornecedora de escravos e marfim, com a Índia, que fornecia especiarias, com a China, grande fornecedora de seda (e ópio pra deixar os europeus doidões, isso sim é que era a grande viagem!), com o Japão, onde podia se encontrar o tão cobiçado ouro e com a Pérsia, de onde vinham os mais belos tapetes e a porcelana.
Essa nascente avidez comercial encontrou-se com o desejo dos nobres de reconquistar as terras perdidas para os árabes e ganhar a simpatia da igreja católica pela luta contra os hereges. Além disso, havia o interessa mútuo de tomar posse de Ceuta, um importante centro comercial da época.
Estabelece-se, então, uma associação entre comerciantes e nobres, pois para empreender tal aventura os burgueses necessitavam do apoio do governo e o governo da grana dos burgueses. Desta sociedade é que vem à luz duas coisas importantes para a compreensão dos eventos que se estabelecem nessa época: a formação dos estados nacionais e o mercantilismo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Debret: a alma da missão francesa

Aviso aos leitores: Essa postagem é parte de um artigo ciêntífico que fiz para a faculdade, portanto, peço desculpas pela linguagem polida e educada da mesma.

Contribuição do meu colega de classe, Cassiano Varani!

Tendo Dom João VI juntamente com toda a corte portuguesa, fugido para o Brasil tencionando evitar as tropas de Napoleão Bonaparte, ao fixar-se em terras brasileiras nasceu-lhe o desejo de transformar a colônia. Começa então uma série de medidas que trás muitas mudanças para o Brasil: a criação da primeira faculdade de Medicina, a criação do Jardim Botânico, com a intenção de servir às pesquisas e a abertura dos portos para as nações amigas, o que pôs fim ao antigo pacto colonial, no qual ficava estabelecido que ao Brasil, na qualidade de colônia, não podia fazer comércio com outro país que não Portugal. Com essa atitude, portanto, o Brasil deixava sua posição de colônia.
Ainda dentro dos desejos de desenvolvimento do Brasil, Dom João VI preocupado com o crescimento cultural da antiga colônia, solicita a vinda de artistas franceses com o intuito de fundar a Academia de Belas Artes. Deste modo, desembarca no Rio de Janeiro, a 26 de março de 1819, um grupo de artistas franceses.
O grupo que ali aportou era composto pelos artistas: Joachim Lebreton (1760 – 1819), líder do grupo, o pintor histórico Debret (1768 - 1848), o paisagista Nicolas Taunay (1755 - 1830) e seu irmão, o escultor Auguste Marie Taunay (1768 - 1824), o arquiteto Grandjean de Montigny (1776 - 1850) e o gravador de medalhas Charles-Simon Pradier (1783 - 1847).
Em 12 de agosto de 1816 é criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, que na prática não existiu além do campo da formalidade, uma vez que para seu funcionamento houve uma gama de dificuldades, como por exemplo, as pressões de membros lusitanos do governo, contrários à presença francesa no país e as dificuldades estruturais e materiais do Rio de Janeiro no século XVII, além da falta de interesse da população em cultura.
Durante a espera pelo início das atividades na Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, Debret e Grandjean de Montigny, artistas franceses, aceitam encomendas oficiais. Dentre estes, é Debret quem realiza diversas telas para a família real.
Jean Baptiste Debret (1768-1848) nasceu em Paris e em 1816 integrou o grupo de artistas franceses que desembarcaram do Brasil para iniciar a Missão Artística Francesa. Seu pai Jacques Debret trabalhava para o parlamento francês e possuía grande interesse por história natural, seu irmão, François Debret, era arquiteto e membro do Institut de France, uma prestigiada academia francesa que agrupava os intelectuais que mais destaque possuíam em cada área do saber humano.
Estudou na Academia de Belas artes de Paris, onde foi aluno de Jacques-Luís Davi, considerado o principal representante do neoclassicismo na Europa.
Com o apoio da revolução, estudou engenharia por cinco anos. Contudo, voltando-se para a pintura, expos um quadro no salon de 1798, devido ao qual, ganhou o segundo lugar nas premiações. Em 1805 recebe menção honrosa pelo quadro: Napoleão presta homenagem à coragem infeliz, definindo assim, o tema que iria se repetir mais algumas vezes em sua carreira na França: Napoleão Bonaparte.
Em 1816, desembarca no Brasil como membro do grupo de artistas franceses trazidos por Dom João VI.
De todos os artistas franceses que no Brasil trabalharam, Debret foi o que nos legou maior quantidade de obras, seja devido ao seu tempo maior de permanência no país, ou pelo trabalho de seus alunos.
Já em seus primeiros dias no Brasil trabalha com tenacidade, pintando telas que retratavam o cotidiano do povo brasileiro bem como também retratou membros da família real, incluindo o próprio Don João VI.
Em 1820 estoura em Portugal a Revolução Liberal do Porto, forçando o retorno de Dom João ao trono lusitano. Debret solicita ao príncipe regente, Dom Pedro, que lhe fornecesse um dos ateliês construídos no edifício da Academia de Belas Artes, pedido que só foi atendido em 1823.
Reuniu, então, oito discípulos em seu ateliê, aos quais ensinou pintura. Impressionado com o que viu em uma visita ao ateliê de Debret, Dom Pedro resolve criar a Academia de Belas Artes, que se instala em 1826.
Em virtude do início dos cursos, Debret organizou a primeira exposição dos trabalhos de seus alunos. Causou tão boa impressão que o artista francês foi condecorado com a ordem de Cristo. Também em virtude dessa exposição, o ministro S. Leopoldo dispensou alguns alunos do curso preparatório de desenho, devido à tão boa impressão que lhe causou as obras ali expostas
Em 1831, após quinze anos de trabalho no Rio de Janeiro, retorna a França. Em 183 publica a obra: “Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, ou Cotidiano de um artista francês no Brasil”, onde aborda diversos assuntos relacionados ao país, incluindo, é claro, um estudo sobre Belas Artes e o desenvolvimento das artes durante os primeiros anos de formação do país. O segundo volume é publicado em 1834 e o terceiro volume no ano seguinte.
Morre em 1848, em Paris
A Obra de Debret é de uma importância ímpar para o Brasil por sua característica historiográfica. Os quadros pintados por Debret constituem hoje importantes registros sobre usos e costumes do povo brasileiro no século XVIII.
Juntamente com os demais artistas franceses que desembarcaram no Brasil em 1816, Debret contribuiu para o nascimento do ensino de arte no Brasil e ajudou a formar a idéia da liberdade artística, numa sociedade acostumada com o artesanato e com a arte ditada pela religião.
Do ponto de vista estilístico, Debret é desprovido de qualquer emoção. O caráter historiográfico de suas telas necessita de uma abordagem objetiva, fria. O próprio Debret se referia ao seu trabalho como “documentos históricos e cosmológicos” e Beluzzi (1994) observa que: "Debret procura um ponto de vista impessoal, preceito de pintura histórica, na qual se havia formado com Jacques-Louis David. Relaciona-se com os temas que registra, colocando-se como narrador diante da realidade dos fatos”
Devido ao enfoque documental nas obras de Debret, observa-se que vários detalhes da vida no Rio de Janeiro foram retratadas, bem como o dia- a- dia dos escravos, dos indígenas, dos miseráveis, dos ricos, e da corte portuguesa.
Sua obra procura regatar as particularidades do país e do povo brasileiro preocupando-se em preservar o passado daquele povo. Assim, tencionava mostrar à Europa que o Brasil merecia lugar junto aos demais países civilizados.
Embora as cenas que retratava, nem sempre eram representadas fielmente, Valéria Lima diz: “não podemos considerar os volumes de Debret como retratos fiéis do Brasil oitocentista, mas como um grande exemplar de pintura histórica." (Pág. 8.)
Refletindo sobre a obra de Debret e analisando alguns de seus quadros podemos ver, por exemplo na tela intitulada: distribuição das cruzes da legião de honra, Napoleão encontra-se na igreja dos inválidos, que foi o hospital, igreja e lugar onde ele distribuia medalhas de honra ao mérito, tanto de vitórias nas guerras como deferidos. Na tela multicolorida das cores francesas, branco,azul e vermelho principalmente, temos no palanque Napoleão sentado em seu trono de imperador com dezenas de oficias e familiares, quase todos com uniforme de guerra, vesse que era uma sociedade militarizada.
Na tela “caçador de escravos” de 1830, temos vários indígenas seminus apenas com taba-sexo de panos com avental. Estão numa bica de água com um pequeno riacho, onde parece que esta muito quente e eles fazem uma parada para se refrescar, estão caminhando de passagem por entra uma vegetação maravilhosa e idílica, pinta ele com todo requinte dos mestres, o céu esta quase todo coberto pela vegetação, ainda vesse uma pequena oca, taba, com rede no meio e alguns indígenas na porta.
Em guerreiro indígena a cavalo, temos uma obra de relevância brasileira no que lembra forma muito bem registrada um índio que assimilou o costume europeu de lutar ao cavalo Ele segura uma lança fina e comprida de madeira, com algumas penas na ponta afiada e no meio, tem um colete de guerra. Seu cavalo tem pano de cela e um estribo. Está bem à vontade numa região quente e ele esta passando de uma forma violenta em um riacho.
Na tela castigo de escravo, vemos o litoral do Rio de Janeiro caloroso, com montanhas e a costa, esta retratando toda a crueldade da escravidão com dois escravos, amarrados quase seminus, um no chão e outro no tronco da arvore, estão sendo chicoteados, é um castigo, porem as pessoas que os torturam são negros também e estão muito bem vestidos até com chapéus e blusas.
Na tela “Dom. João VI”, o Imperador é retratado com seu trono coberto de roupas majestosas e com muito planejamento. Em um pequeno altar, esta imponente com olhar juvenil de tranqüilidade, riqueza e poder. Está em pé com sua mão direita na coroa real. Percebesse que ele tem muitos súditos, é muito rico e importante.

Conclusão
Sendo que, em meados do século XVIII, a arte no Brasil seguia os antigos padrões medievais, delimitada pela religião em caráter artesanal. A missão artistica Francesa foi integrada aos esforços de Dom João VI de trazer modernidade e sofisticação para a antiga colônia portuguesa, inagurando em terras brasileiras o estilo neoclassico.
Dentre os artistas franceses que no país desembarcaram, digno é de especial atenção pelo caráter historiográfico de sua obra, Jean-Baptiste Debret, pois é por meio de suas telas que se podem observar as características do Brasil do século XVIII: os costumes do povo, a escravidão, as relações hierárquicas, o dia-a-dia da vida do povo e da nobreza.
Por ter sido discípulo de Jacques-Luís Davi, foi lhe atribuída a função de cenógrafo da Corte para registrar os grandes acontecimentos do país. Registrou então, muitas gravuras de eventos contemporâneos, pois tanto o artista, quanto a Corte, concordavam que essas gravuras historiográficas eram essenciais para a divulgação da imagem do país.

sábado, 7 de maio de 2011

Mahatma Gandhi

Não sei se “irônico” seria a palavra certa pra descrever a situação em que as palavras de Cristo tenham sido mais bem compreendidas por um não cristão do que pelos próprios cristãos, pois foi inspirado nas palavras de Jesus (e também da Bhagavad-Gita) que Gandhi desenvolveu a filosofia do “Satyagraha”, que promovia a não-violencia. Aliás, é da boca de Gandhi que vem a frase: “Amo o cristianismo, mas odeio os cristãos, pois não vivem segundo os ensinamentos de Cristo.”
Gandhi, sem sombra de dúvidas, é o maior exemplo de como um líder pode conseguir seguidores, conquistando respeito e não inspirando o medo.

Seu nome completo era Mohandas Karamchand Gandhi (ainda bem que existe o ctrl c, ctrl v... J). O nome “Mahatma” foi um título que ele recebeu e significa “grande alma”, mas ele não gostava de ser chamado assim (muito humilde o rapaz).

Vindo ao mundo no dia 2 de outubro de 1869, sua família até que era bem de vida, sendo seu pai um  político e sua mãe uma devota vaisnava.
Aos 13 anos, de acordo com os costumes do seu povo, casou-se com Kasturba Gandhi ( ctrl c, ctrl v de novo...) de 14 anos.

Anos mais tarde o jovem Mohandas pediu permissão à mãe, para ir estudar Direito na Inglaterra, obtendo a permissão desde que jurasse se manter avastado de bebidas, carne e mulheres. Como ele prometeu ficar longe dessas coisas (afinal, pra que é que serve tudo isso mesmo?) foi se formar advogado, em Londres. Nesse período ele começou a ler o Bhagavad-Gita e o Novo Testamento, princialmente o sermão do monte, que lhe traria inspiração.

Em 1891, já formado, Gandhi retorna à Índia. E quando ele viu que era um advogado muito meia boca, por sorte conseguiu um emprego de representante de uma empresa hindu, na África do Sul. Foi lá, na África do sul, que Gandhi teve contato com a discriminação, o que acaba despertando nele a consciência social.

Na África do Sul, Gandhi se sai melhor como advogado e consegue certa fama, após resolver um caso complicado. Nesta época é promulgada na África do Sul uma lei que impedia os indianos de votarem. É, então, convencido por alguns amigos a lutar pela causa dos compatriotas. Sem mais nada de bom pra fazer em suas horas vagas, ele concorda e funda o KwaZulu-Natal, congresso que visava à luta pelos direitos indianos na África. Assim, ele iniciaria uma batalha ferrenha por 20 anos.

De volta à india em 1915, passou a orientar o povo na luta pela independência do país, sempre movido pelo princípio da resistência pacifica. Viajou para os quatro cantos da india, ensinando a importância da resistência civil  contra a dominação inglesa e a não reação à violência. Ganhou grande popularidade internacional pelas idéias que defendida e foi pro xilindró inúmeras vezes. Como forma de deixar os ingleses putos da vida, propõe o swadeshi que era o boicote a todos os produtos ingleses, inclusive roupas (por isso agente vê tantas fotos do Ghandi sentadinho, fiando a sua própria vestimenta)

Em 1931, foi convidado a ir a Londres participar de uma conferência, onde falou sobre a independencia da Índia e teve encontros (não amorosos) com Charlie Chaplin e George Bernard Shaw (obs: se vocês não sabem que são, vão pesquisar, porque não to com vontade de escrever, não J) (obs2: aliás, se vocês não sabem quem é Charlie Chaplin, se matem! J)

Após muito protestos, prisões, porradas que levou e tantas outras emoções, finalmente a Índia foi libertada em 15 de agosto de 1947. Gandhi, continuou a lutar pelo bem estar do povo indiano, até ser assassinado por um radical em 1948, em Nova Déli. Seu corpo foi cremado e suas cinzas jogado nas puras águas do rio Ganges.

E hoje, Mahatma Ghandi se tornou uma grande personalidade, idealizador e grande responsável pelo moderno estado indiano (além de ser a cara do Mickey Mouse).