terça-feira, 21 de junho de 2011

Idade Moderna

O “Advento dos Tempos Modernos” tem sido estabelecido pela maioria dos historiadores, como tendo início na tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453 e vai até a tombada da Bastilha em 1789. Entretanto, outros historiadores (que gostam de complicar as coisas) preferem instituir outros marcos históricos para o início dos tempos modernos: Viagem de Colombo, que descobriu a América em 1492, Conquista de Ceuta pelos portugueses em 1415 ou viagem as índias de Vasco da Gama (escolha já o seu! J).
O fato é que nesse período do século XV, XVI (quinze e dezesseis, pra você que ainda não tem intimidade com os algarismos romanos) muitas mudanças estavam ocorrendo na Europa: pra começar, a derrocada do sistema feudal, que caracterizou a Idade Média: Os servos que antes ficavam escondidinhos dentro da segurança dos feudos, trabalhando feito burros de carga para os senhores feudais, viram que podiam muito bem viver fora da barra das vestes reais, e ganhar muito dinheiro, comprando e vendendo bugigangas. Era o comercio que começava a renascer.  E como ele pode renascer? Lembremos, crianças, da lição sobre a Idade Média, com sua sociedade imobilista divida em Nobres, clero e servos. Naquele tempo, a Igreja Católica, muito mais, digamos, incisiva do que é hoje, bradava aos quatro cantos que o lucro era pecado, acumular riquezas era pecado, cobrar juros era pecado, ainda que, ela própria fosse riquíssima (ai não era pecado). Por isso, os servos levavam uma verdadeira vida de gado (como diria Zé Ramalho), pois a eles não era permitido acumular riquezas, sendo obrigados a pagar muitas taxas para os seus senhores.
Quando os senhores desses servos começaram a ir para as cruzadas, as pessoas começaram a procurar outros locais para sobreviver e descobriram que poderiam fazer isso comprando, por exemplo, duas galinhas por cinco peixes, e vendendo os referidos galináceos por sete peixes, obtendo ai um lucro. Opa! E não é que isso era bom demais da conta? Nascia ai então o comerciante, que vivia do lucro de suas atividades. Esses comerciantes que começavam a ficar ricos começaram a viver em regiões fora dos feudos que ficaram conhecidas como “burgos”, palavra de origem anglo-saxão que significa cidadela ou fortaleza.
Essas cidades ficavam localizadas entre o castelo senhorial e a muralha que a protegia, assim, elas conseguiam proteção em caso de uma invasão.  Logo, o burguês, como ficou conhecido o morador do burgo, deixou de fazer troca de produtos, pra usar um método mais prático de troca, que facilitava a vida de todo mundo. Daí é que a moeda ganhou mais importância na hora do comércio.
Assim, os burgueses se tornaram cada fez mais ricos e poderosos, através da prática do comércio. Surgiram às feiras onde muitos produtos eram oferecidos aos compradores o que exercia certa atração, afinal de contas imagine você, um servo do período Medieval, tendo que calejar suas mãos segurando o cabo de uma enxada pra poder obter a sua cenoura, o seu alface, a sua beterraba e de repente alguém oferece por algum preço o produto ali prontinho, só levar pra casa? Por isso que as feiras se tornaram muito populares nesse período e viraram a sensação do momento. E ai nascem os dias da segunda feira, terça feira, quarta feira, quinta feira e sexta feira, que hoje dão os nomes dos dias da semana. (e caem por terra um dos vários “porquês” da minha infância). Outro fato interessante que ocorria nessas maravilhosas feiras: se você, meu senhor e minha senhora, fosse às compras e tivesse receio de ser abordada por algum meliante, algo muito comum “naquela época”, existia na feira certos homens com quem você poderia deixar o seu dinheiro guardadinho e, depois recuperá-lo, pagando uma taxa por esse serviço. Como esses homens ficavam sentados em bancos dispostos em meio à feira, logo ficaram conhecidos como “banqueiros”.
Aos poucos, o desejo burguês de enriquecer, a ância de alcançar novos horizontes, apreciar novas possibilidades, fazia com que as pessoas criassem novos conceitos, aumentava o desejo de quebrar com os antigos paradigmas estabelecidos há séculos pela visão catolicista do mundo. Uma nova interpretação dos fatos era necessária. Desta forma, esse novo homem alheio à religiosidade de tempos remotos, se lança de cabeça no conhecimento científico e busca de novas verdades que se enquadrassem nesse seu novo estilo de vida. Desta busca nasce o anelo de voltar aos ideais no mundo clássico. É o período da Renascença, do surgimento do artista, da genialidade de Leonardo da Vinci e Michelangelo. Bem mais tarde, esse movimento possibilitou o surgimento do Iluminismo, com Jean Jacques Rousseau, Voltaire, Robespierre e todo o restante da turma, que influenciam a revolução francesa, evento que iniciou um processo drástico de mudanças no mundo. 
No campo político, os séculos XV e XVI (já aprenderam, né?) foram repletos de modificações. Os ricos burgueses sem força política se uniram aos reis sem força financeira e juntos fizeram uma suruba do qual veio a nascer os primeiros Estados Nacionais. 
Os burgueses se beneficiaram imensamente dessa sociedade e se tornaram ainda mais prósperos.
Nascia então o mercantilismo, um novo jeito de encarar a economia, calcada em alguns fundamentos básicos:
1.       Metalismo: Também conhecido como “Vamô passá a mão no teu ouro!”. Pregava que para uma nação ser grannnndee e forte, tinha é que ter bastante ouro, prata e outros metais preciosos.
2.       Colonialismo: Também chamado de “Vamô invadi sua praia!”. Era a crença de que se um país não tinha o ouro suficiente em seu território, a solução era simples: Só invadir o território do outro e pegar tudo o que for preciso!
3.       Balança Comercial Favorável. Não tenho nenhuma piadinha pra esse daí não. Acreditava-se que um país era próspero quando vendia mais do que comprava. Por isso é que foi estabelecido o pacto colonial.
E foi assim, crianças, que aconteceu o surgimento o modelo do capitalismo, as grandes navegações, descoberta do Brasil, etc...
Cansei... chega por hoje
Até a próxima, queridos amantes da história!