sábado, 14 de abril de 2012

Desenvolvimento Profissional

A história da humanidade é longa. E em cada época, nota-se a luta do homem pela sobrevivência. Darwin nos mostrou em seu livro, “A origem das espécies” de 1859, que o mundo muda e só sobrevive o indivíduo que melhor estiver adaptado a essas mudanças. Foi assim no passado. E assim ainda é.
Se já foi tendência anterior, no mercado de trabalho, as empresas contratarem priorizando as qualidades técnicas do candidato, a globalização, a mudança nos meios de comunicação e as novas tendências tecnológicas, fez as grandes empresas mudarem o seu foco e, agora, começam a dar uma relevância cada vez maior para as habilidades pessoais dos candidatos.
Espírito de liderança, pontualidade, relacionamentos interpessoais, boa comunicação, hoje em dia são tão, e às vezes até mais, importantes do que as habilidades técnicas. E mais uma vez, só terão chances aqueles que se adaptarem a essas mudanças.
Torna-se necessário a todos os interessados na sobrevivência neste mundo profissional, um bom planejamento de vida baseado na visão de mundo da pessoa, no qual o profissional defina quais são seus objetivos a curto e médio prazo, como alcançar esses objetivos, quais recursos irá necessitar para isso, quais habilidades desenvolver, quais defeitos minimizar, ou seja, torna-se imprescindível que a pessoa realize um exercício de autoconhecimento.
          Somente por meio do autoconhecimento o indivíduo saberá qual o seu objetivo na vida e qual a melhor forma de alcançá-los.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Era Vargas

Um episódio marcante na história política do Brasil é aquele relacionado à chegada de Getúlio Vargas ao poder, por meio do que se convencionou chamar de “Golpe de 1930”. Em uma série de eventos abalizados por interesses de classes, desejo de poder e ideologias revolucionárias, a “Era Vargas” apresenta um quadro riquíssimo para se entender o cenário político da atualidade.
A conjuntura política que criou ocasião para a chegada de Getúlio ao poder iniciou-se com a crise da chamada “política do café com leite”, revezamento de poder no qual, durante a República Velha, ora escolhia-se um paulista para presidente da república, ora escolhia-se um mineiro. Desta forma, dividia-se o poder entre as poderosas oligarquias de São Paulo e Minas Gerais.
Iniciada em 1898, desde 1919, a república do café com leite mostrava os primeiros sinais de enfraquecimento devido aos problemas econômicos causados pela Primeira Guerra Mundial. O ápice da crise desenrolou-se quando o paulista Washington Luís indicou para seu sucessor à presidência da República, o também paulista Júlio Prestes, rompendo o acordo político entre os dois estados.
Minas Gerais, então, juntou-se com o Rio Grande do Sul e lançou a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas, que foi derrotado nas eleições. Insatisfeitos, os mineiros não permitiram a posse de Júlio Prestes e por meio de um golpe levaram Vargas ao poder em 1930, iniciando o governo provisório.
Quando Getúlio chegou ao poder, transformou-se em uma figura centralizadora e autoritária, o período em que ele atuou de 1930 até 1945, ficou conhecido pela historiografia brasileira por “A era Vargas”.
Os primeiros anos de seu governo foram marcados por problemas internos dos setores que o apoiavam e por problemas também com a oposição. Um dos maiores problemas que Getúlio teve que lidar, foi a sua relação com os tenentes que o ajudaram a chegar ao poder na revolução de 30 (ou golpe de 30), quando se congregaram à Aliança Liberal em 1929, pois tinham uma visão própria de como o país deveria ser conduzido.
Quase todos os governos dos estados foram entregues aos tenentes, que agiam como interventores e iniciaram uma forte oposição à Vargas. Os confrontos nunca foram armados, mas políticos. Contudo, os tenentes foram derrotados. Frente a isso, muitos largaram as forças armadas, outros se integraram a grupos radicais e outros, a maioria, passaram a apoiar Getúlio Vargas.
Outro problema para o governo foram as elites regionais que não concordavam com o autoritarismo de Vargas, principalmente a de São Paulo que nunca engolira o golpe no qual o paulista Julio Prestes fora impedido de tomar posse. Toda essa tensão acabou deflagrando a revolução de 1932, onde São Paulo lutou por vários meses até ser finalmente derrotado pelas forças do governo federal.
A revolução de 1932 ficou conhecida como “Revolução Constitucionalista”, pois os paulistas não concordavam com a forma ditatorial pela qual Getúlio estava conduzindo o país e por isso exigiam uma constituição para implantação de um regime democrático.
Porém, na verdade já estava prevista pelo governo federal uma assembléia constituinte e em Julho de 1934 foi aprovada a nova constituição brasileira.
A constituição de 1934 estabeleceu o foto secreto, deu direitos aos trabalhadores, baseado nas idéias socialistas, propiciou o foto feminino, entre outros. Também foi esta assembléia que elegeu, por voto indireto, Getúlio Vargas como presidente da República.
No final dos anos 30 o Brasil passou por muitas transformações. Na ordem econômica, a crise que se instaurou no mundo prejudicou o comércio do café brasileiro e para sanar esta dificuldade o governo começou a comprar café dos cafeicultores, queimando posteriormente as sacas. Assim, visava regular a produção.
Com a dificuldade de importar produtos industrializados do exterior, o país foi levado a uma produção interna de bens de consumo o que levou a industrialização do Brasil.
Na área da educação, dá-se, devido à industrialização, uma maior ênfase no ensino técnico para a formação de mão de obra qualificada.
Politicamente, Getúlio manteve seu estilo autoritário e minou a possibilidade de uma expressão sindical livre, com a criação de confederações e federações ligadas ao governo. Assim, proporcionava uma unicidade que mantinha os trabalhadores sobre controle, ao mesmo tempo em que garantia o apoio da classe trabalhadora, por incentivar a mobilização popular.
Também foram características desta fase, os movimentos sociais: o de extrema direita, representado pelos integralistas, tendo Plínio Salgado como líder e o de extrema esquerda, representado pelo movimento socialista de Luís Carlos Prestes.
O movimento integralista era de uma forte inspiração fascista, totalitários e adeptos a um partido único. Eram grandes apoiadores do governo Vargas, na esperança de um dia, alcançar o poder. Getúlio Vargas a princípio, mostrou-se simpático ao movimento até o golpe de 1937. Com a instauração do Estado Novo, após 37, os integralistas foram postos na marginalidade. Alguns ainda tentariam, sem sucesso, um golpe. Porém o movimento perdeu força e acabou por se dissolver.
Já o movimento socialista tinha uma abordagem diferente dos integralistas, preferindo o confronto contra o governo. A Aliança Nacional Libertadora tinha o objetivo de formar uma grande frente popular de oposição ao governo de Vargas, lutando por profundas mudanças do país.
A aliança Nacional Libertadora foi combatida pelo governo que colocou os comunistas na ilegalidade. Em resposta, os comunistas organizaram a “intentona”, uma revolta armada que resultou no conflito de 27 de novembro de 1935, com 70 militares mortos só no Rio de Janeiro e outros 33  que foram mortos na calada da noite por militantes comunistas.
Esse fato serviu de pretexto para que Getúlio Vargas criasse o Estado Novo, por meio do golpe de 1937, onde forças policiais fecharam o Congresso, sem nenhuma resistência.
Foi durante o Estado Novo que em 1937, Getúlio apresentou à nação a nova constituição, acabando com os partidos e todos os tipos de organizações civis. Também foram extintas as Assembléias Legislativas e as Câmaras Municipais. Com isso Getúlio amontoava para si, toda a autoridade. Iniciou depois disso um forte sistema de controle ideológico, com a criação do DIP (Departamento de Imprensa e propaganda) que se encarregou em censurar os meios de comunicação e órgãos da imprensa contrários ao Estado Novo.
Uma das primeiras providências do DIP foi transformar os jornais em serviço de utilidade pública, o que obrigava os mesmos a publicarem os comunicados do governo sobre pena de prisão do diretor do jornal. Outra exigência foi o de registro dos jornais e repórteres, muitos jornais acabaram fechando por não conseguirem o tal registro.
Em fevereiro de 1932 ocorreu o fechamento do jornal O Diário Carioca. Em março de 1940 o jornal O Estado de São Pulo chegou a ser invadido pelo DOPS (Departamento da Ordem Política e Social), por fazer oposição ao Estado Novo, sendo fechado e depois confiscado pelo DIP, passando a ser controlado pelo mesmo. Seu proprietário, Júlio de Mesquita Filho, teve que partir para o exílio.
Contudo, vale ressaltar que em um ambiente onde impera o autoritarismo sempre existirão os reacionários. Assim, apesar de toda a repressão, surgiram na época vários jornais que operavam na clandestinidade, como o tablóide carioca Liberdade e os paulistas Folha Dobrada e Resistência, dedicados a denunciar os abusos autoritários do Governo Vargas.
Também era tarefa do DIP: censurar o cinema e o teatro, controlar as atividades recreativas, a radiodifusão e garantir que nenhum tipo de idéia contra o Estado Novo fosse veiculado, bem como também estimular manifestações artísticas que exaltassem o governo ou seu líder.
Todo esse aparato de repressão e controle visava o fortalecimento do Estado e a manutenção de seu poder.
Os processos históricos que levaram ao fim do Estado Novo, iniciaram em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial. Getúlio Vargas sempre fora um admirador do modelo fascista e nazista de governo e quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, houve uma preocupação por parte dos americanos em relação às afinidades do governo brasileiro com a Itália e Alemanha, pois se o Brasil começasse a apoiar os países do Eixo (Itália, Alemanha e Japão), seria uma vantagem estratégica perigosa. Contudo, até então o Brasil assumira uma postura de neutralidade frente aos conflitos.
Tirando vantagem da situação, Getúlio Vargas conseguiu um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. Era a política da boa vizinhança do presidente Roosevelt em ação, dando incentivos financeiros muito embora possuísse planos de invadir o nordeste brasileiro caso o país insistisse em se manter neutro na guerra.
Vargas por fim, acabou declarando guerra aos países do Eixo por alguns motivos: o bombardeio alemão aos navios brasileiros, em represaria à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico, pressões populares e pressões diplomáticas norte-americanas.
          Politicamente, a participação brasileira na Segunda Grande Guerra aumentou o prestígio brasileiro no cenário internacional, principalmente frente aos Estados Unidos, mas não conseguiu abafar a tensão de uma ambivalência entre o sentimento de liberdade pós-guerra e um Estado repressor. Ambivalência que foi sentida pelas estruturas do poder varguista e que foi responsável pelo fim do Estado Novo em 1945.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Ambigüidade.
Segundo o dicionário é a qualidade do que é indeterminado, ambivalente, paradoxal.
Se pudéssemos personalizar o conceito, talvez seu nome fosse Getúlio Vargas. Para entender o porquê, vamos analisar o contexto histórico em que ele viveu:
Getúlio Dorneles Vargas nasceu em 1882 no município de São Borja, estado do Rio Grande do Sul. No início do século XX, época em que Vargas trabalhava como promotor público, difundia-se em seu estado o castilhismo, corrente política de cunho autoritário cuja influência ajuda a explicar a posterior admiração de Vargas pelas formas de governo da Alemanha (nazista) e Itália (fascista)
A crise financeira de 1929 contribuiu para que o liberalismo fosse questionado e fortaleceu a ideologia autoritária, a crença em um Estado forte e todo ideário nacionalista que caracterizou não apenas o Brasil, mas também países europeus.
Quando instaurou o Estado Novo em 1937, Getúlio Vargas optou pela criação de um Estado forte e de profunda inspiração no modelo fascista, tanto que não hesitou em extraditar para Alemanha a militante de origens judaicas, Olga Benário, que morreu executada no campo de extermínio de Bernburg.
Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, houve uma preocupação por parte dos americanos em relação às afinidades do governo brasileiro com a Itália e Alemanha, pois se o Brasil começasse a apoiar os países do Eixo (Itália, Alemanha e Japão), seria uma vantagem estratégica perigosa. Contudo, até então o Brasil assumira uma postura de neutralidade frente aos conflitos.
Tirando vantagem da situação, Getúlio Vargas conseguiu um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. Era a política da boa vizinhança do presidente Roosevelt em ação, dando incentivos financeiros muito embora possuísse planos de invadir o nordeste brasileiro caso o país insistisse em se manter neutro na guerra.
Vargas por fim, acabou declarando guerra aos países do Eixo por alguns motivos: o bombardeio alemão aos navios brasileiros, em represaria à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico, pressões populares e pressões diplomáticas norte-americanas.
Daí a ambigüidade: por um lado temos o combate à forma autoritária de governo, sendo que no próprio solo mantinha-se uma forma de governo autoritária. Politicamente, a participação brasileira na Segunda Grande Guerra aumentou o prestígio brasileiro no cenário internacional, principalmente frente aos Estados Unidos, mas não conseguiu abafar a tensão de uma ambivalência entre o sentimento de liberdade pós-guerra e um Estado repressor. Ambivalência que foi sentida pelas estruturas do poder varguista e que foi responsável pelo fim do Estado Novo em 1945.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O autoritarismo como marca na história política brasileira

“O Homem é um Animal Político”

                                                     Aristóteles

A política, segundo o significado da palavra que advém do grego, são ações relativas ao Estado ou a Nação. A necessidade de atos de organização, administração e direção do Estado pressupõe em tese, uma conjuntura de injustiça social a ser sanada por atos políticos.
A maneira como o Estado se organiza para exercer sua autoridade sobre a sociedade em que atua é denominada pela ciência política de forma de governo, ou sistema político.
O autoritarismo é uma forma de governo que privilegia a autoridade do Estado, onde os legisladores não são escolhidos pelo povo, como acontece em uma democracia. Nesta forma de governo, um indivíduo ou instituição excede suas funções para exercer uma autoridade que não lhe é ordinária.
Em várias fases de sua história o Brasil experimentou atos de autoritarismo. No primeiro reinado, por exemplo, D. Pedro I usou as forças armadas para suprimir a constituinte que intencionava diminuir seu poder, prendeu opositores, fechou jornais, e não admitia nenhum tipo de crítica.
Na Primeira República eclode durante o governo de Floriano Peixoto  a Revolução federalista no Rio Grande do Sul, motivada pelas atitudes autoritárias do presidente do Estado, Julio de Castilhos.
O primeiro teórico do autoritarismo brasileiro foi Alberto Torres (1866-1917), cujas idéias nacionalistas inspirariam o movimento tenentista e o Movimento Integralista.
Contudo, o período em que o autoritarismo mais atuou, deixando sua perene marca na política brasileira, sem dúvida foi durante o Estado Novo (1937-1945), sob comando de Getúlio Vargas.
Foi durante o Estado Novo que em 1937, Getúlio apresentou à nação a nova constituição, acabando com os partidos e todos os tipos de organizações civis. Também foram extintas as Assembléias Legislativas e as Câmaras Municipais. Com isso Getúlio amontoava para si toda a autoridade. Iniciou depois disso um forte sistema de controle ideológico, com a criação do  DIP (Departamento de Imprensa e propaganda) que se encarregou em censurar os meios de comunicação e órgãos da imprensa contrários ao Estado Novo.
Uma das primeiras providências do DIP foi transformar os jornais em serviço de utilidade pública, o que obrigava os mesmos a publicarem comunicados do governo sobre pena de prisão do diretor do jornal. Outra exigência foi o de registro dos jornais e repórteres, muitos jornais acabaram fechando por não conseguirem o tal registro.
Em fevereiro de 1932 ocorreu o fechamento do jornal O Diário Carioca. Em março de 1940 o jornal O Estado de São Pulo chegou a ser invadido pelo DOPS (Departamento da Ordem Política e Social), por fazer oposição ao Estado Novo, sendo fechado e depois confiscado pelo DIP, passando a ser controlado pelo mesmo. Seu proprietário, Júlio de Mesquita Filho, teve que partir para o exílio.
Contudo, vale ressaltar que em um ambiente onde impera o autoritarismo sempre existirão os reacionários. Assim, apesar de toda a repressão, surgiram na época vários jornais que operavam na clandestinidade como o tablóide carioca Liberdade e os paulistas Folha Dobrada e Resistência, dedicados a denunciar os abusos autoritários do Governo Vargas.
Também era tarefa do DIP: censurar o cinema, teatro, controlar as atividades recreativas, a radiodifusão, para garantir que nenhum tipo de idéia contra o Estado Novo fosse veiculado, bem como também estimular manifestações artísticas que exaltasse o governo ou seu líder.
Todo esse aparato de repressão e controle visava o fortalecimento do Estado e a manutenção do poder de Vargas.
Após a era Vargas o país ainda iria passar por outros períodos autoritários, tendo os mecanismos de censura ampliados após o golpe de 64, com a instauração do AI 5.
Atualmente o autoritarismo continua vigente, ainda que mascarado. Foi o que se percebeu durante o Governo Lula, impondo sua candidata ao partido, sugerindo a extinção do partido de oposição, o DEM, e fazendo campanha contra a imprensa.
Uma ditadura não se apronta da noite para o dia, mas leva tempo. O governo Lula foi um governo de transição. Sua missão foi eliminar a oposição ideológica, dissolvendo as diferenças entre a esquerda e a direita. Assim, o terreno fica preparado para que a sua sucessora, Dilma, conclua o plano muito bem elaborado que fará o autoritarismo, mais uma vez, deixar suas marcas na política brasileira.