sábado, 19 de setembro de 2015

A Era Napoleônica

Todas as vezes que as pessoas se veem perdidas em suas esperanças, se veem sem rumo, sem perspectivas de uma vida melhor, é natural que se anseie por um herói que ofereça a salvação de todas as mazelas.  Uma pessoa iluminada, dotada de características que a faz acima da média, alguém capaz de oferecer um novo começo ao povo sofrido. O Gilgamesh dos Sumérios, o Noé dos Hebreus, Hércules dos gregos e tantos outros exemplos que seria uma desmesurada tarefa relatá-los todos.
No período pós-revolucionário, quando os sussurros de liberdade, igualdade e fraternidade pareciam sufocados pelo rugido das perseguições, assassinatos, traições e execuções, o anseio por um salvador manifestou-se entre o povo francês da mesma forma como acontecera tantas e tantas vezes na história dos povos antigos.
É nesta situação que surge a figura de Napoleão Bonaparte, que no episódio conhecido como o golpe dos 18 de Brumário, foi alçado à liderança do governo francês  auxiliado pelos militares e pela elite formada por grandes comerciantes.
As primeiras providências do messias francês no poder  estavam relacionadas à manutenção da governabilidade, onde se sucederam prisões de opositores, empastelamento de jornais, entre outras.
Rapidamente Bonaparte se tornou muito popular entre seu povo graças às melhorias que foram ocorrendo na França: avanço da economia e no transporte, revolução do campo da educação  com a criação de escolas e cursos específicos para a formação de professores,  uma mudança na área jurídica com a criação do código Napoleônico. Todas essas proezas foram atraindo os olhares do mundo, difundindo a fama do líder francês.
No momento favorável e com o povo ao seu lado, Bonaparte tornou-se o Imperador da França. Adotou uma política expansionista que em pouco tempo, com seu imbatível exército, conquistou quase a totalidade da Europa exceto a nação que lhe seria a pedra no sapato, a Inglaterra: uma terra cercada pelas águas e protegida pela melhor marinha do mundo onde nem mesmo o invencível exército de Napoleão conseguiria a vitória por mar, o que ficou evidente na vitória do almirante Nelson na Batalha de Trafalgar.
Diante desta situação Bonaparte teve uma sacada de mestre: se não podia derrotar um inimigo muito forte, iria enfraquecê-lo primeiro.  E assim nasceu o decreto do Bloqueio Continental, onde nenhum país poderia fazer comercio com a Inglaterra. A intenção obviamente era assistir de camarote os ingleses definhando para que os exércitos bonapartistas pudessem, finalmente, vencer o poderoso inimigo.  Brilhante! E poderia até ter dado certo, se Portugal não estivesse às ocultas ajudando a Inglaterra, furando o bloqueio. Em resposta Napoleão invadiu Portugal enquanto a família real portuguesa fugiu para o Brasil.
O começo do fim da era napoleônica se deu na medida em que os franceses começaram a se frustrar com o seu messias, que havia esquecido a França e entrado em uma guerra sem fim com o mundo inteiro. Seu exército também já não aguentava mais a vida difícil de constantes batalhas, sem descanso. Quando os russos se aperceberam deste fato, furaram eles também, o Bloqueio Continental a exemplo de Portugal, fazendo comércio com a Inglaterra. Novamente Napoleão respondeu invadindo a nação rebelde. Mas apesar da vitória, o exército de Napoleão voltou da Rússia totalmente em frangalhos. Foi neste momento que a Inglaterra, percebendo  a  fragilidade e juntando forças com  Áustria e Prússia,  invadiu a França, derrotou o exército de Napoleão, sendo este capturado e mandado como prisioneiro para a ilha de Elba. Bonaparte ainda tentou dar a volta por cima fugindo de sua prisão e conseguindo mais uma vez tomar o poder na França, o que ficou conhecido como o governo dos cem dias. Porém, foi definitivamente derrotado pelos exércitos ingleses. Desta vez, mandado para a ilha de Santa Helena, Napoleão ficou exilado até morrer.
Napoleão Bonaparte, hoje, é considerado um dos grandes estrategistas militares do mundo moderno.

domingo, 13 de setembro de 2015

A importância da Historia da educação para a formação de professores.



O valor da disciplina histórica enquanto ferramenta de compreensão do mundo é ponto comum aos estudiosos. De acordo com Mcculloch os estudos históricos:
[...] são certamente relevantes para a formação do futuro professor em preparação profissional. Podem cumprir a impor­tante tarefa de ajudar a cultivar a memória e identidade profissional dos professores e restabelecer um senso de lugar e pertencimento que se tornou extremamente atenuado em relação à geração passada.  (2012, pág. 129,130)

Também é percebido que os estudos dos passos que no passado foram dados, ajudam a resolver problemas do presente, como aponta Durkheim “é apenas pelo estudo cuidadoso do passado que podemos vir a antecipar o futuro e entender o presente” (1977, pág. 09).
Dada a importância da educação como elemento do desenvolvimento individual e social, todo aquele que, envolvido do trabalho docente deseja compreender os fenômenos educacionais de sua época e desenvolver alternativas na solução de problemas nesta área, o estudo da História da Educação é parte essencial na formação do profissional.
Levando isto em consideração, em 1931 foi incluída no currículo da escola a disciplina História dos Métodos e Processos de Educação, na reforma educacional de Francisco Campos. Já a LDB de 1961, previa para o curso de Pedagogia, o curso de História da Educação.
Com a criação do curso de Pós Graduação em História da Educação do Brasil durante a década de 60, seguiram-se as os trabalhos de pesquisa nesta área, muitos deles hoje, considerados clássicos.
Na busca por soluções para os problemas da educação brasileira, atentar para o caminho trilhado desde a chegada dos jesuítas é essencial para compreender, comparar, avaliar e repensar as praticas educativas atuais, bem como futuramente, dar passos mais seguros para garantir uma formação que privilegie as potencialidades individuais.

Bibliografia:

MCCULLOCH, Gary.  Revista Brasileira de Educação . v. 17, n. 49, jan.-abr. 2012

DURKHEIM, Emile. The evolution of educational thought: lectures on the formation and development of secondary education in France. London: RKP, 1977