RESUMO
O presente trabalho investigou
as contribuições do professor de História para as aulas de sexualidade. A
metodologia utilizada para este trabalho foi uma pesquisa, observação e estudo
bibliográfico para construção teórica e uma análise qualitativa no intuito de
identificar de que forma o tema da sexualidade é abordado nas aulas de História.
Os dados foram colhidos por meio de relatórios baseados em observações das
aulas ministradas na escola CEJA ALTERNATIVO, na cidade de Juína-MT. Também
foram elaborados questionários, que foram respondidos pelos professores de
História da unidade, com o objetivo de compreender qual a visão destes
profissionais em relação à interação das aulas de História com o tema da
sexualidade. Tal metodologia foi escolhida, pois é a mais apropriada para identificar
as dificuldades enfrentadas. Conhecer as dificuldades foi importante, pois por
meio delas pudemos elaborar nosso plano de ação e traçar o melhor caminho na
construção de soluções para os problemas. A revisão da bibliografia foi baseada
em Arkins (1994) e Vilaça (2012), dentre outros autores que se dedicaram à
investigação da sexualidade enquanto fenômeno histórico. Constatou-se que o
historiador, quando em sala de aula, tem muito a contribuir para o estudo do
tema ao demostrar uma sexualidade que se molda ao tempo e ao espaço adquirindo
significados distintos de sociedade para sociedade. Apesar de todas as
contribuições do historiador para o tema, percebeu-se que existe uma grande
resistência por parte do profissional, além de outras dificuldades como a falta
de material especializado.
Palavras Chave: sexualidade, história, metodologia
INTRODUÇÃO
O
papel da escola na sociedade tem sido tema de debate nos últimos meses de 2018
e meados de 2019. O como e porquê
abordar questões como a sexualidade tem motivado vários destes debates. A
crença intimamente incrustada e massivamente difundida na sociedade brasileira
é a de que certos assuntos devem permanecer bem longe dos muros da escola,
entendida unicamente como um centro de formação de bons profissionais e não
como um de formação humana. Tal visão sobre o papel que a escola deve ter na
vida das pessoas, muitas vezes gera resistência quando se tenta trabalhar o
tema das sexualidades.
Uma
escola que se preocupa apenas com o homo
faber[1] é uma instituição limitante e alienadora por não proporcionar ao
educando os elementos necessários ao desenvolvimento de toda a potencialidade
humana. Tal instituição, então, não é capaz de formar boas pessoas, nem bons
cidadãos ou mesmo bons profissionais.
Numa
escola com proposta de ensino mais humanista, todos os assuntos que representam
o desenvolvimento do pensamento humano devem ser encarados como relevantes e
trabalhados com metodologia adequada. Dentre estes, óbvio, a sexualidade é
parte indeletável.
A
escolha por este tema surgiu de uma série de reflexões que se deram logo após
uma palestra sobre sexualidade, ministrada numa escola de Juína-MT, durante a
formação continuada dos professores.
Diante
da relevância do tema, foi pensado em como ele pode ser abordado nas aulas de
História, uma vez que compreender a sexualidade como fenômeno histórico abre
espaço para uma sexualidade que se molda ao tempo e ao espaço, o que é
essencial para uma nova compreensão sobre o tema, quebra de paradigmas e
revisão de velhos conceitos.
Mediante
o exposto, acreditamos que o professor de história está melhor equipado para
compreender a sexualidade como fenômeno histórico, ao poder observar em
detalhes todas as nuances que levam à mudança de significação e conceitos. Esta
abordagem, cremos, explica porque o tema pode e deve ser abordado nas aulas de
História e não somente nas de ciências, como normalmente ocorre nas escolas.
1-
A SEXUALIDADE COMO FENÔMENO HISTÓRICO
Scott
(1994) observa que a sexualidade é um fenômeno “produzido, reproduzido e
transformado em diferentes situações ao longo do tempo”. Sendo assim, é
possível identificar como o tema foi tratado por diferentes povos, em
diferentes tempos.
Na
Antiguidade, de forma oposta ao que acontece na nossa era, o sexo era encarado
como parte da vida religiosa. Para um antigo egípcio, por exemplo, o ser humano
pratica o sexo, porque os próprios deuses o praticam. A vida humana, portanto,
é uma repetição em pequena escala do que acontece em grande escala no mundo dos
deuses. (SILVA, 2009)
Na
Atenas do século V a.c. a sexualidade foi socialmente construída para atender
as necessidades “do cidadão adulto homem, cujo corpo era o foco de todo o poder
no estado” (ARKINS, 1994). Mulheres, estrangeiros, escravos e meninos
aristocratas na adolescência existiam para a gratificação sexual do cidadão
ateniense: mulheres da aristocracia tinham a função de prover rebentos
legítimos. As demais, como prostitutas, cortesãs, concubinas e escravas, eram
considerados sexualmente disponíveis, bem como meninos da idade entre 12 a 18
anos.
Podemos,
assim sendo, perceber que em Atenas a sexualidade tornou-se um símbolo da
organização social da época:
Para os
gregos, o ato sexual não é mútuo – tomando lugar entre dois adultos consensuais
–, mas profundamente polarizado, envolvendo dominação hierárquica; no discurso
masculino, o sexo é algo que você faz para alguém. Para ser específico: o sexo
toma lugar entre um protagonista ativo, penetrante, que possui o falo, e uma
pessoa passiva, penetrada. Esses papéis de ativo e passivo no sexo
correlacionam-se precisamente com os status sociais de superior e inferior: o
indivíduo superior é o cidadão adulto homem, que pode ter relações sexuais) apenas com seus
inferiores, com mulheres, escravos, estrangeiros ou garotos. (ARKINS, 1994)
Tal concepção da sexualidade seria totalmente
modificada durante a Idade Média, onde os valores mais desejados foram a
virgindade e a castidade (JUNIOR, 2006).
Novamente,
podemos perceber como a vida cotidiana era encarada uma repetição do que
acontece no plano divino, onde o ser humano reproduz o comportamento de um Deus
casto.
Foi um período onde o sexo fora severamente vigiado pela
Igreja, que “ensinava e determinava o como, o onde, com quem e os fins em que
as relações sexuais deveriam ser feitas entre os casais” (JUNIOR, 2006).
Se durante toda a Idade Média imperou a ideia de que o sexo
aceitável era aquele unicamente voltado para a procriação, durante o período do
renascimento tal concepção se modifica totalmente de tal maneira que podemos
perceber que o “o prazer ganha espaço em detrimento do sexo procriador. ” (GASPERI, 2010)
Vainfas (1997), ainda, observa o aumento da pratica do
homoerotismo na Itália renascentista ao ponto de o ato ficar conhecido pela
alcunha de Vicio Italiano.
É
possível, ainda, perceber os processos históricos que transformaram a
sexualidade num assunto tabu, motivo de vergonha no ocidente, bem como a
reviravolta nos anos 60 com a revolução sexual. De lá para cá, as
transformações não pararam e a sexualidade foi vista como pecado, como
ferramenta política para controle social, fonte de prazer físico e até
espiritual. (MOLINA, 2011)
Compreende-se,
assim, como o tema da sexualidade ultrapassa o aspecto puramente biológico e
reprodutor, podendo ser compreendido como fenômeno histórico, ganhando
significados distintos através do tempo.
O
professor de história ao trabalhar este tema em suas aulas, pode propiciar aos
seus alunos o entendimento destas transformações, contribuir para a mudança de
paradigmas e quebra de preconceitos ao demostrar que a sexualidade nunca foi um
fenômeno fixo e ausente de significado para o ser humano.
1.1 – O PROFESSOR DE HISTÓRIA
E O TEMA DA SEXUALIDADE
De
acordo com o Ministério da Educação, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
são diretrizes que devem servir como base das matrizes curriculares das escolas
brasileiras. Estão divididos por disciplinas: Matemática, Língua Portuguesa, História e
Geografia, Ciências Naturais, Educação Física e Arte. Neles também existem os
temas transversais: Ética, Meio ambiente e Saúde, Pluralidade cultural e
Orientação sexual (Brasil, 1997). Em nossa análise, percebemos que não há uma
orientação muito aprofundada de como temas transversais como, a sexualidade,
podem ser trabalhadas com disciplinas escolares, como a História, muito embora,
como já destacamos, entender a sexualidade enquanto processo histórico seja
imprescindível para entender como cada tempo histórico cria seus próprios
significados sobre o tema, o que eleva nosso entendimento sobre a sexualidade
humana, muitas vezes deixando cair por terra velhos conceitos, preconceitos e
estereótipos.
Assim,
o professor de História pode e deve trabalhar sobre este tema em suas aulas.
Para tanto, deve se aprofundar no assunto em busca de esclarecimento que lhe
permitam refletir sobre a sua própria sexualidade a medida que seus próprios
conceitos, preconceitos e estereótipos vão sendo mudados.
Também
é preciso superar o entendimento de que sexualidade na escola esteja restrito à
“prevenção das DST/ Aids e assuntos correlatos. ” (SILVA; SILVA, 2016)
Outro
desafio a ser levado em consideração pelo professor de história diz respeito a
relação escola-aluno-família, pois muitas dificuldades ao se trabalhar com esta
temática em sala de aula têm origem no seio familiar. Para muitas famílias
brasileiras, a sexualidade é ainda um assunto proibido, fonte de
constrangimentos e muitas dúvidas. Tal desinformação, muitas vezes, dão vazão
para muitos tipos de mitos e preconceitos.
Além
disto, o entendimento que as famílias têm do papel da escola na vida de seus
filhos, pode oferecer dificuldades ao trabalho do professor. Para superar tais
problemas, o profissional deve contar com a ajuda da comunidade escolar que, pode
atuar por meio de campanhas de conscientização e, também, convidando as
famílias para participar dos trabalhos na escola.
Estabelecido
estes parâmetros, o professor de história buscará a metodologia que melhor de
adeque ao tipo de abordagem. Para este projeto sugerimos, dentro da pedagogia
ativa, o Método IVAM (Investigação, Visão, Ação e Mudança) (VILAÇA, 2012)
2 – MÉTODO DE ABORDAGEM
Ao
se trabalhar com o tema da sexualidade nas aulas de História, é possível fazer
uso das Orientações Técnicas da UNESCO, desenvolvida em parceria com
profissionais de várias partes do mundo.
De
acordo com tais orientações, a educação em sexualidade deve sempre destacar as
dimensões físicas, psicológicas, espirituais, sociais, políticas, econômicas e
culturais da sexualidade humana (UNESCO, 2009 a)
Deve,
ainda, levar ao entendimento da diversidade sexual como uma característica
essencial humana e mostrar que o comportamento sexual varia de sociedade para
sociedade evitando, sempre que possível, excluir do debate outros tipos de
condutas. Para cumprir tal objetivo, o professor de História deverá trabalhar
com diversos períodos históricos, mostrando as modificações que ocorrem com o
passar no tempo, destacando o caráter cíclico da história.
Os
objetivos a serem alcançados na atividade educativa em sexualidade serão:
Aumentar o conhecimento e a compreensão sobre a
sexualidade; explicar e esclarecer sentimentos, valores e atitudes; desenvolver
ou reforçar as competências; e promover e manter comportamentos de redução de
risco. Os programas deverão basear‐se na visão que a
ameaça à vida e bem‐estar das crianças e jovens existe numa grande
variedade de contextos, nomeadamente na forma de relacionamentos abusivos,
riscos de saúde associados com a gravidez indesejada precoce, a exposição às DSTs,
incluindo VIH ou o estigma e a discriminação por causa da sua orientação
sexual. (VILAÇA, 2012)
Munidos
de tais informações, o trabalho de pesquisa foi realizado na escola CEJA
ALTERNATIVO, localizado na cidade de Juína, Estado do Mato Grosso. Um plano de
aula foi elaborado pelo professor de História na instituição, baseado na metodologia
IVAM.
Esta
metodologia foi criada pelo investigador norueguês, Bjarne Bruum Jensen e,
segundo Vilaça (2012) pode ser usado como instrumento prático nas escolas,
visando desenvolver nos alunos uma “competência para a ação”, ou seja, a
habilidade para uma atividade reflexiva que leve a uma mudança positiva no
estilo de vida. Os quatro pilares da metodologia IVAM são: Investigação, Visão,
Ação e Mudança.
Figura 1: Metodologia IVAM (VILAÇA, 2012)
O
grupo escolhido para o trabalho foi a turma do período matutino, composta por
11 adolescentes na faixa de 15 anos de idade.
Após
uma breve explanação, onde os alunos puderam compreender como a sexualidade
assume posições e significados diferentes de sociedade para sociedade e de
tempo histórico para tempo histórico, os educandos puderam perceber o caráter
cíclico do comportamento sexual humano: aquilo que era visto como aceitável em
tempos remotos, pode não o ser para a contemporaneidade e aquilo que é visto
como normal para os padrões atuais não o seria há tempos atrás. Ainda, aquilo
que foi usual e corriqueiro em tempo imemoriáveis e não o é atualmente, pode um
dia voltar a ser praticado. Pretendeu-se, aqui, lançar as bases que permitirão
aos alunos desenvolver os frutos da tolerância e da reavaliação de conceitos e
preconceitos.
Em
seguida, em conjunto com o professor, os alunos criaram uma lista de assuntos
que representam suas principais dúvidas e curiosidades sobre o tema das
sexualidades. Os assuntos escolhidos
foram: DST (AIDS, HPV, Herpes, Gonorreia, outras); mudanças no corpo do homem e
da mulher na adolescência; abuso sexual; aborto; formas de Evitar Gravidez
(métodos contraceptivos); orientação Sexual (heterossexual, homossexual e
bissexual); namoro.
Após
definidos os temas e separados os grupos, os alunos iniciaram os trabalhos pela
primeira fase, Investigação, onde refletiram sobre o tema escolhido: Por que
este tema é importante para você? Porque é importante para os outros? Quais as
principais dificuldades encontradas ao se lidar com este tema? Desta maneira
puderam caminhar para uma percepção mais acurada sobre o problema, cuja solução
estavam buscando.
Na
segunda fase, Visão, os alunos realizaram uma pesquisa no laboratório de
informática, no intuído de esclarecer como o problema é encarado pela geração
atual, bem como pelas sociedades mais antigas, perpassando por vários períodos
históricos.
Após
esta pesquisa, os alunos passaram para a próxima fase, Ação, onde puderam sugerir
soluções criativas para as dificuldades encontradas.
Por
fim, na fase da Modificação, baseados em todas as informações coletadas, os
alunos refletiram sobre novas posturas que podem ser assumidas em relação ao
problema.
A
culminância dos trabalhos se deu com a elaboração de cartazes e exposição dos mesmos
para aos demais alunos.
3 – ANALISANDO OS RESULTADOS
O
tema das sexualidades trabalhado nas aulas de História, mostrou-se uma novidade
para a maioria dos alunos. A aula iniciou com uma breve exposição de como a
sexualidade pode ser entendida como um fenômeno histórico, gerando muita
curiosidade nos educandos que reagiram fazendo perguntas.
Ao abordarmos sobre como cada época e
sociedade enxergava a questões como heterossexualidade, homossexualidade e
bissexualidade, imediatamente fizeram um paralelo com a época atual, hora
apontando as diferenças, hora as semelhanças, o que ficou evidenciado por meio
dos comentários realizados durante a exposição.
Após
esta rápida apresentação, o professor pediu para que os alunos sugerissem os
temas para o início da pesquisa. Neste momento ficou demonstrado quais assuntos
mais despertam o interesse.
Em
seguida, foi entregue a cada aluno uma ficha contendo perguntas, cada qual
representando uma etapa do método IVAM (Investigação, Visão, Ação e Mudança)
Organizados
em grupos e orientados pelo professor, cada grupo escolheu um tema para
trabalhar e, em seguida, os educandos iniciaram as reflexões anotando suas
conclusões na ficha. A metodologia IVAM mostrou-se bastante apropriada ao
permitir que o aluno se torne o protagonista de sua própria aprendizagem.
No
laboratório de informática, os grupos pesquisaram os aspectos históricos dos
temas que escolheram. Puderam, assim, compreender as mudanças ocorridas ao
longo do tempo. Nesta fase, ficou também claro como a sexualidade pode ser
usada como instrumento político e controle social.
Ainda,
os alunos tiveram a oportunidade de investigar os principais problemas
relativos ao tema escolhido e, também, apontar soluções criativas para os
mesmos. Ao final, todos partilharam os resultados de suas pesquisas com os
colegas.
Foi
pedido para que os alunos relatassem suas impressões em relação aos trabalhos
realizados que, em sua maioria, foram boas. Percebeu-se, ao concluirmos esta
fase do projeto, que um bom planejamento faz com que o tema da sexualidade
funcione apropriadamente nas aulas de História, resultando em conhecimentos
relevantes para os alunos.
Uma
das principais vantagens da metodologia escolhida para este trabalho foi o
protagonismo do aluno, que escolheu o tema de seu interesse e passou por todas
as fases do processo. Este tipo de metodologia colocou o aluno como o agente de
sua própria educação e não como apenas um receptor passivo, o que abriu as
portas para uma atividade educativa de mais significação.
Outro
ponto que merece ser destacado a respeito da metodologia utilizada é a
oportunidade que ela deu aos alunos de refletirem sobre a sua própria conduta
em relação ao tema escolhido e o que ele pode efetivamente fazer para melhorar,
o que traz o assunto para dentro da realidade do educando.
Entre
os professores que participaram da pesquisa respondendo ao questionário, ficou
evidente a necessidade de uma reflexão sobre as contribuições da História para
o tema. Identificamos durante os
trabalhos que mesmo entre os professores, a sexualidade ainda é um assunto tabu,
principalmente quando direcionado a jovens, mesmo que muitos deles já possuam
vida sexual ativa. Ambos os profissionais declararam que jamais consideraram a
possibilidade de planejarem uma aula especificamente sobre este assunto, ainda
que sejam a favor de sua abordagem em sala de aula.
A maior dificuldade, de acordo com um dos
participantes, é a falta de materiais que facilitem e orientem os trabalhos
especificamente para o historiador. Um deles, aliás, lembrou que os livros
didáticos, em sua maioria, nada trazem sobre o assunto e quando o fazem, é de
forma muito genérica, de maneira que não fornece ao profissional um bom apoio
para o planejamento das suas aulas. Ambos também concordam que falta um
trabalho específico na formação de professores de História, levando-se em
consideração a importância do tema para a sociedade e o papel que a escola
possui enquanto agente formador.
4- CONCLUSÃO
Na
escola não devem existir assuntos tabus. Ela, a escola, deve sim, ser um lugar
onde todos os tipos de conhecimentos produzidos pelo ser humano podem ser
debatidos, estudados e analisados com rigor científico, visando o
esclarecimento e o aprendizado. O entendimento que a sociedade brasileira
possui da escola: sobre seu papel e seus limites, muitas vezes dificulta o
trabalho de uma instituição que deveria estar comprometida com a formação do
ser humano por completo.
De
todos os trabalhos que deveriam ser realizados na escola em sua busca por uma
formação mais holística, aqueles relacionados com a sexualidade é um dos que
mais oferecem desafios a serem superados.
Falta
compreensão, o entendimento de que a transposição didática do saber científico
sobre a sexualidade difere do “falar sobre sexo”, de forma vulgar e não
científica. Tal confusão é profunda não somente entre pais e alunos, mas
abrange também professores e, muitas vezes, para o próprio sistema educacional
brasileiro tal diferenciação se torna nebulosa.
O
papel do professor de História neste processo é essencial, uma vez que
compreender a sexualidade como fenômeno histórico abre espaço para uma
sexualidade que se molda ao tempo e ao espaço com significados e simbolismo que
mudam através nas eras, contribuindo, assim, para a quebra de estereótipos.
Concluímos,
daí, que o professor de História pode e deve trabalhar sobre este tema em suas
aulas, buscando as melhores metodologias para um melhor aproveitamento por
parte dos educandos.
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