DARIDO,
Suraya Cristina. Diferentes Concepções Sobre o
Papel da Educação Física na Escola. São
Paulo: UNIVESP, 2012
Suraya
Cristina Darido é formada em Física pela Universidade de São Paulo e é doutora
em Psicologia Escolar e desenvolvimento humano, também pela Universidade de São
Paulo. É coordenadora do Laboratório de estudos
e trabalhos pedagógicos em Educação Física (LETPEF).
Em
seu artigo intitulado Diferentes Concepções Sobre o Papel da Educação Física na
Escola, a autora inicia se posicionando criticamente a respeito da forma como a
Educação Física é vista na escola: como recompensa ou castigo para os alunos
que demostram um determinado comportamento em outras disciplinas, o que,
segundo a autora, tolhe a função educadora da atividade física na escola.
Esta
visão errada sobre a Educação Física advém de uma concepção equivocada, que
coloca a atividade intelectual à parte da atividade física, como se o ser
humano fosse composto por “partes” diferentes, quando na verdade, a Educação
Física caminha junto com as demais disciplinas na formação integral do
individuo.
Ainda
sobre a visão que é dispensada à disciplina de Educação Física nas escolas, a
autora explica que a abordagem construtivista, com forte influência em Jean
Piaget, é responsável por colocar a atividade física como uma auxiliadora para
que os alunos possam ter um melhor desempenho nas outras matérias escolares. A
despeito dos vários benefícios da abordagem construtivista, a autora coloca que
ela reduz a importância da Educação Física, a colocando como uma ferramenta
para melhorar o desempenho dos alunos nas disciplinas consideradas “mais
importantes”.
É
evidente que os jogos e brincadeiras ensinam. E, se ensinam, os jogos e
brincadeiras praticados durante as aulas de Educação Física possuem um papel
fundamental. Contudo, o que o aluno aprende com a atividade física não é algo
“separado”, ou uma ferramenta para melhorar a atividade intelectual, mas sim,
uma parte integrante do mesmo. Entender isso é importante para que as aulas de
Educação físicas sejam corretamente planejadas, não incidindo do campo da mera
recreação.
A Psicomotricidade por oferecer uma formação
mais integral, é uma abordagem mais articulada, segundo a autora. O
desenvolvimento funcional e emocional do indivíduo está entre os principais
benefícios do trabalho psicomotor. Percebe-se que esta abordagem possui
diversas aplicações na área da educação e exige do professor de Educação Física
uma posição mais pedagógica.
Além
das contribuições relacionadas à formação intelectual e afetiva do indivíduo,
existe na prática da Educação Física, obviamente, os benefícios em relação à
saúde. Entretanto, a autora problematiza
o conceito de saúde classificando-o como “estreito” e levanta a questão das
desigualdades sociais.
Naturalmente,
uma maior qualidade de vida e um padrão mais elevado de saúde estão
relacionados a uma melhor condição socioeconômica. Por isso, a autora conclui
que é necessário repensar o entendimento de saúde, para que os menos
privilegiados possam desfrutar dos benefícios que a Educação Física pode
oferecer.
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