Um
dos principais argumentos ateístas contra a existência de Deus, digo
“principais” não no sentido de “melhor”, mas antes, o de mais usado em debates,
comentários e publicações diversas, seria aquele que aponta para a falta de
evidências para Deus.
Para
melhor compreender a discussão, talvez seja apropriada uma breve explanação do
que se entende como “evidência”. Uma
evidência não é uma prova, mas sim uma pista de que algo que pode ou não ser verdadeiro. Imagine o grande detetive fictício Sherlock Holmes,
personagem criado por Arthur Conan Doyle, buscando evidências sobre um
assassinato: um charuto encontrado no lugar do crime, pegadas deixadas no chão,
um pedaço de tecido, etc. Tudo isso são evidências que podem levar Holmes ao
verdadeiro assassino, mas não são provas.
Para conseguir uma prova precisamos seguir o caminho apontado pelas
evidências. Ao final do caminho é que está a resposta. Se a resposta é falsa ou
verdadeira, aplicaremos um teste para nos revelar. Se bem sucedido no teste,
temos uma prova. Obviamente, é mais fácil escrever sobre isso, do que fazer.
Por
definição, quando um ateu diz que “não há evidências para a existência de
Deus”, o que ele esta dizendo na verdade, é que não há pistas sobre a
existência de Deus.
Quando
o ateu diz que não há provas sobre a existência de Deus o que ele está na
verdade dizendo é que ele seguiu as pistas e chegou a uma resposta que,
mediante a um teste, se provou verdadeira.
Rematando, é tolice levantar uma prova sem averiguar as evidências. Pense o quanto ridículo seria, se o grande Sherlock
Holmes, ao tentar provar a autoria de um crime não, apresentasse uma única
evidência do fato. Com certeza seus
livros não teriam vendido tanto!
Imagine
também o detetive que na incapacidade de levantar evidência, conclua a não
existência do crime. “Sem evidências, não há crime”, poderia alguém dizer. Errado.
Não se pode chegar um destino se não houver um caminho a ser percorrido. Não se
pode chegar a uma resposta se não houver indicações suficientes que nos
conduzam até elas. Sendo assim, a falta de evidências não pode ser usada como
prova e nem como evidência. A grande verdade é que falta de evidências nada indica,
nada revela, nada responde. Não leva a lugar algum. Ex nihilo nihil fit.
O
ateu que usa a falta de evidência como prova da não existência de Deus, comete
o mesmo erro do detetive que conclui que não existe crime porque não achou as
evidências do mesmo. Ambos pegam o nada para dar resposta de alguma coisa. Não
deve ser levada a sério, pessoa que tal absurdo afirma. Uma atitude muito
mais inteligente neste caso seria se negar a dar opinião.
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