A
princípio tentarei definir esta palavra que tantas emoções tem sido capaz de
nos despertar sem que, contudo, compreendamos completamente o real sentido daquilo
que é proferido pelos lábios.
Chegar
a uma resposta objetiva, racional e conclusiva sobre o que seria o amor não é
tarefa tão fácil quanto certa porcentagem da população mundial, julgo, poderia
supor.
A filosofia desde seus primeiros esforços em entender a realidade, tem
se dedicado à tarefa de compreender o fenômeno e suas múltiplas formas. Foi assim que os antigos gregos definiram
quatro palavras para classificar os tipos de amor, dentre as quais, o termo
ágape na filosofia neoplatonista cristã, foi associado ao amor divino, pois o
termo define um tipo de amor imparcial, unilateral e transcendente.
Tanto no
cristianismo, como no judaísmo, e em uma versão mais antiga da mitologia grega,
o amor está associado ao Criador. O amor incondicional, infinito, unilateral e
transcendente, muito mais do que uma característica de Deus, é o nome pelo qual
poderíamos chama-lo. O maior ser que
pode ser concebido deve ser a expressão máxima do amor. Ele é tão perfeito, tão
completo, que todos os teus atos são expressões do seu amor pela sua
criação. O homem, obra prima de toda a
criação, não foi criado com outro objetivo senão por amor ao próprio homem.
Este,
penso, é a maior dentre as inúmeras diferenças entre a concepção de Deus
apresentado pelo cristianismo e pelo islamismo. Enquanto Jesus ensina que o pai
tem um amor incondicional pela humanidade, Alá deixa claro no Alcorão que não
ama o pecador, o que dificulta a nossa visão de Alá como o “maior ser que pode
ser concebido”.
Diferentemente
do que acontece na concepção islâmica de Deus, dentro da visão judaico-cristã,
Ele é a definição perfeita do amor, o ágape grego que não hesita em se fazer
carne e experimentar o sofrimento por amor aos pecadores. O Deus bíblico, ao
contrário de Alá, demonstra ser capaz de manifestar um amor incondicional pela
humanidade, provando ser capaz de preencher os requisitos necessários para ser
o “maior ser que pode ser concebido”.
Concluindo-se
que o Deus bíblico é o único capaz de atender as exigências de um ser que é o
“maior que pode ser concebido”, talvez fosse, agora, apropriada uma reflexão de
como essa ideia de Deus se desenvolveu. Apropriada, explico, porque existe a
necessidade de investigação um pouco mais profunda sobre como as múltiplas
concepções da divindade, desde que a humanidade veio à existência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário