segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Esparta

Conforme vimos no texto anterior sobre a formação da Grécia, após os Aqueus derrotarem os Cretenses eles se tornaram os “bam bam bam” da região, dominando o comércio, desenvolvendo a economia, juntando riquezas e ainda ficavam com todas as gatinhas. Esse é o período Pré-Homérico.
Mas a alegria deles durou pouco, pois logo foram invadidos pelos povos Dóricos que devagar foram penetrando (ui!) e destruindo com tudo, até não restar mais nenhum vestígio da civilização dos aqueus.
A partir daí houve um tremendo retrocesso no estilo de vida dos gregos. A este período chamados de “Período Homérico”, onde a economia era natural, ou seja, era feito através de troca de mercadorias e as pessoas viviam do cultivo da terra e criação de gado. As relações sociais eram administradas pelo sistema de clãs, como nas sociedades primitivas, com um chefe tribal que era responsável por tudo.
Depois deste período de retrocesso as coisas foram evoluindo novamente. É o que chamados de “Grécia Arcaica”. Nessa época eles descobriram o ferro e aprenderam a trabalhar com ele, desenvolvendo até técnicas de soldagens. Quando eles retomaram as relações comerciais com os fenícios, reaprenderam a escrita que haviam esquecido por causa da invasão dórica e foi também nessa época que o sistema monetário se desenvolveu, tendo o início a cunhagem moedas. Começaram a surgir grandes centros populacionais como Atenas, Esparta e Corinto. Aqueles que tinham terras se transformaram nos aristocratas: os carinhas granfinos que pelo poder que possuíam podiam mandar e desmandar.
Agora vou falar bem rapidinho sobre uma das principais cidades que se formaram conhecida como Espartaaaaaaaa.
Esparta ficava localizada na região da Lacônia entre cadeias de montanhas. A população desta cidade era a mais invocada da Grécia. Adoravam uma boa briga e não podiam ver uma confusão que eles eram os primeiros a entrar. Basicamente, toda a população de homens era educada a fazer duas coisas básicas: falar pouco e descer o cacete nos inimigos.

Toda a população espartana estava dividida em três grupos básicos, sendo que os mais privilegiados eram os Espartanos, que possuíam toda a terra. Eram todos uns vagabundos, pois não trabalhavam nas terras que eles tinham e possuíam todos os direitos políticos e civis. Constituíam 10% da população.
O segundo grupo se chamava Periecos, que descendiam dos povos imigrantes. Embora fossem livres, não possuíam direitos políticos.
E o último grupo eram os Ilotas que só levavam ferro no rabo nessa história toda, pois eram os escravos. Não possuíam liberdade, nem direitos, nem porra nenhuma (quase como os professores de informática hoje em dia!). Não obstante, era o grupo mais temido pelos Espartanos, pois morriam de medo que esse povo todo se rebelasse e, para mantê-los sobre controle, faziam expedições punitivas cujo resultado era grandes massacres.
Do ponto de vista político, Esparta era presidida por dois reis. Havia também um conselho de anciãos (todos com mais de sessenta anos) que se chamava gerúsia e a função desse grupo era meter o bedelho nos assuntos do Estado e, já que a pipa dos vovôs não subia mais, também aproveitavam o tempo pra exercer funções de justiça.
Outro grupo, mas que só se reunia bemmmmm de vez em quando era a apela, assembléia dos cidadãos, que se juntava para fofocar, eleger membros importantes e deliberar sobre questões de guerra e paz.
Mas a instituição máxima do poder era os éforos, com apenas cinco membros (um pra cada cara) era o órgão supremo, ao qual até mesmo os reis se reportavam.
Como já disse, todos os costumes do povo espartano se resumia em uma coisa: dar muita porrada nos inimigos. Por isso o treino militar era rigoroso.
Quando o menino nascia, ele era logo entregado ao sacerdote, para ver se não tinha nenhum defeito físico. Se tivesse, logo ele era arremessado de um penhasco pela própria mãe. Com alguns meses de idade, o rebento era submetido a um teste de apneia, onde ele era mergulhado em um barril de xixi, vinho e água, pra ver quanto tempo ela conseguia ficar sem respirar (e eu achando a minha infância uma merda!). As crianças que sobreviviam a esse teste, aos sete anos de idade entravam para o exército onde, até aos doze anos aprendia a caçar, pescar, aprendiam artes marciais e a sobreviver às duras condições de uma guerra. Aos doze ele era mandado embora do quartel sem roupa, sem comida, sem dinheiro, sem lenço e sem documento, onde ficava até aos dezoito anos, praticando tudo o que havia aprendido do exército pra sobreviver. Se vivesse, voltava para o quartel, onde até aos trinta anos vivia seminu, ainda em treinamento militar.
Somente aos trinta anos esse rapaz era considerado um cidadão e podia fazer parte da Apela. Porém, para ser um cidadão pleno, ele tinha que raptar uma mulher, levá-la para o matinho e mandar ver, só podendo retornar com a mulher grávida. Caso contrário ele voltava para o quartel e viveria o resto de seus dias como homem estéril.
Se depois de tudo isso, mesmo depois do duro treinamento, das guerras, e de tudo o mais, se o cara durasse até os sessenta anos, ele podia se tornar um membro da gerusia, sendo respeitado e podendo até mandar o rei calar a boca, se quisesse.
E esses são os espartanos, o povo mais “sangue no zóio” da Grécia antiga.
No meu próximo texto, vou falar sobre Atenas, a cidade do povo mais nerd da antiguidade.
Até lá, saudações!

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